ROUPA BAIANAS
ROUPA BAIANAS
Saudação:
é da bahia, meu pai!
O baiano representa a força do
fragilizado, o que sofreu e aprendeu na “escola da vida” e, portanto, pode
ajudar as pessoas. O reconhecido caráter de bravura e irreverência do
nordestino migrante, parece ser responsável
pelo fato de os baianos terem se
tornado uma entidade de grande freqüência e importância nas giras de todo o
país, nos últimos anos.
Os baianos da umbanda são pouco presentes
na literatura umbandista. Povo de fácil relacionamento, comumente aparece em
giras de caboclos e pretos velhos, sua fala é mais fácil de se entender que a
fala dos caboclos. Conhecem de tudo um pouco, inclusive a quimbanda, por isso
podem trabalhar tanto na direita desfazendo feitiços, quanto na esquerda.
Quando se referem aos exús usam o termo
“meu cumpadre”, com quem tem grande afinidade e proximidade, costumam trazer
recados do povo da rua, alguns costumam adentrar na tronqueira para algum
“trabalho”.
Enfrentam os invasores (kiumbas,
obsessores) de frente, chamando para si toda a carga com falas do gênero “venha
me enfrentar, vamos vê se tu pode comigo”.
Buscam sempre o encaminhamento e
doutrina, mas quando o zombeteiro não aceita e insiste em perturbar algum
médium ou consulente, então o baiano se encarrega de “amarrá-lo” para que não
mais perturbe ou até o dia que tenha se redimido e queira realmente ser
ajudado.
Costumam dizer que se estão ali
“trabalhando” é porque não foram santos em seu tempo na terra, e também estão
ali para passarem um pouco do que sabem e principalmente aprenderem com o povo
da terra. São amigos e gostam de conversar e contar causos, mas também sabem
dar broncas quando vêem alguma coisa errada.
Nas giras eles se apresentam com forte
traço regionalista, principalmente em seu modo de falar cantado, diferente,
eles são “do tipo que não levam desaforo pra casa”, possuem uma capacidade de
ouvir e aconselhar, conversando bastante, falando baixo e mansamente, são
carinhosos e passam segurança ao consulente que tem fé.
Os baianos na umbanda são “doutrinados”,
se assim podemos dizer, apresentando um comportamento comedido, não xingam, nem
provocam ninguém. Os trabalhos com a corrente dos baianos, trazem muita paz,
passando perseverança, para vencermos as dificuldades de nossa jornada terrena.
A entidade pode vir na linha de baianos e
não ser necessariamente da bahia, da mesma forma que na linha das crianças nem
todas as entidades são realmente crianças.
Os baianos são das mais humanas entidades
dentro do terreiro, por falar e sentir a maioria dos sentimentos dos seus
consulentes. Talvez por sua forma fervorosa de se apresentar em seus
trabalhados no terreiro, aparentem ser uma das entidades, mais fortes ou
dotadas de grande energia (e na verdade são), mas na umbanda não existe o mais
forte ou fraco são todos iguais, só a forma do trabalho é que muda. Adoram
trabalhar com outras entidades como erês, caboclos, marinheiros, exús, etc.
São grande admiradores da disciplina e
organização dos trabalhos. São consoladores por natureza e adoram dar a
disciplina de forma brusca e direta diferente de qualquer entidade.
Características dos baianos
Comidas:
coco, cocada, farofa com carne seca.
Bebem:
água de coco, cachaça, batida de coco.
Fumam:
cigarro de palha.
Trabalham: desmanchando trabalhos de magia negra, dando
passes, etc,. São portadores de fortes orações e rezas.
Alguns trabalham benzendo com água e
dendê.
Cor: laranja ou qual for definida pela
entidade
Apresentação: usam chapéu de palha ou de
couro e falam com sotaque característico nordestino. Geralmente usam roupas de
couro.
Nomes de alguns baianos: severino, zé do
coco, sete ponteiros, mané baiano, zé do berimbau, maria do alto do morro, zé
do trilho verde, maria bonita, gentilero, maria do balaio, maria baiana, maria
dos remédios, zé do prado, chiquinho cangaceiro, zé pelintra (que trabalham
também na linha de malandros).
Na linha dos baianos usam sempre muita
mandinga para ajudar os zeladores da casa e os médiuns que respeitem o seu
terreiro fazem e não são espalhafatosos, é aí, que aqueles médiuns que se acham
os donos da verdade e acham que o terreiro foi feito pra eles, se dão mal.
Me admiro muito das pessoas que dizem que
tem tanto tempo no santo e pouco conhecem essa linha que trabalham com muitas
ligações com os “compadres”, é como eles chamam os “ exús”.
Os que pensam que são muitos espertos
saem do terreiro sem entender nada e nem reparam que os baianos os afastam sem
maior problemas e ainda fazem que eles levem os seus piores pensamentos e seus
orgulhos.
Salve! O povo baiano, salve! Zé do coco.
Linha dos baianos
A linha dos baianos é formada por
espíritos alegres, brincalhões e descontraídos. Gostam muito de desmanchar
demandas. São conselheiros e orientadores e gostam muito dos rituais em que
trabalham, girando e dançando com passos próprios.
Agradecem às festas que lhe são
oferecidas; bebem batida de coco e comem comidas típicas da cozinha baiana.
O povo baiano vem ao terreiro para trazer
seu axé, sua energia positiva. A gira é sempre muito animada. São entidades que
tem muito a nos ensinar, sempre com uma resposta certeira e rápida para nossas
questões.
Com seus cocos azeite de dendê, comidas e cantigas típicas
da região, realizam trabalhos em prol da evolução espiritual de todos. Por
terem vivido em épocas mais recentes, são espíritos mais próximos de nós.
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